OS TRÊS GRANDES MILAGRES DA BÍBLIA

Gênesis 1-2; João 1.1-3; Romanos 1.1-4.

                  A universalidade modelizante do código das Escrituras durou sensivelmente mais que a força geral da religião. O deus dos filósofos e dos leigos iluministas pode ter morrido no século XIX, mas o Deus da Bíblia, a linguagem e a visão de mundo gerados por sua presença narrativa, continuam formidavelmente vivas e ativas no mundo e em nossas vidas.

                  O Deus Único e Verdadeiro revelou-se como o Eterno e Auto-existente “EU SOU”, o Criador dos céus e da terra e o Redentor da humanidade. Ele também se revelou como aquele que incorpora os princípios de relação e associação como PAI, FILHO e ESPÍRITO SANTO (Dt 6.4 ; Is 43.10-11 ; Mt 28.19 ;Lc 3.22 )

                  Neste estudo, falaremos sobre três grandes milagres da Bíblia, o milagre da criação, o milagre da encarnação e o milagre da ressurreição. Esses três grandes milagres registrados nas Escrituras, modam o entendimento cristão sobre a pessoa de Deus. Esses grandes milagres são eventos marcantes, que selam a fé cristã como única, esses três milagres são centrais para a nossa fé que, se qualquer um deles fossem tirados,a fé não poderia mais ser chamada “ BÍBLICA ou CRISTÃ “.

O MILAGRE DA CRIAÇÃO (Gn 1-2)

                  Vivemos num universo cuja imensidão pressupõe um Criador Poderoso, universo cuja beleza, desenho e ordem apontam um Sábio Legislador. Podemos recuar no tempo, indo da causa para o efeito, mas não podemos continuar nesse processo de recuo sem reconhecer um ser “SEMPITERNO”, chamado DEUS, o ETERNO, a causa e a origem de todas as coisas boas que existem.

                  Qualquer pessoa que se propõe a entender o significado da vida, percebe que sua investigação deve começar com a questão das origens, se perguntado: De onde este universo no qual vivemos veio e Como se originaram os seres humanos? Para responder a estas perguntas, falaremos sobre possíveis afirmações a respeito das origens.

ANTIGAS CRENÇAS DO ORIENTE MÉDIO EXPRESSAS EM TERMOS RELIGIOSOS

                  As pessoas do mundo antigo acreditavam que a questão das origens era vital e lutaram para sugerir respostas, que receberam roupagem religiosa, e mitos foram criados para explicar as origens do mundo e o papel do homem sobre a terra.

• Um mito popular na Messopotânia retratava o universo como o corpo de um deus que fora morto numa luta cósmica, e os seres humanos surgiram das suas gotas de sangue e foram forçados a trabalhar para sempre para a divindade vitoriosa.

.

•  Os Egípcios tinham pelo menos cinco mitos da criação, esses mitos falavam de deuses dando à luz a outros deuses, sendo o universo um subproduto quase acidental, segundo um dos mitos, os seres humanos surgiram do ato sexual de um dos deuses.

• .Em outra tradição antiga, os seres humanos foram feitos depois que uma rebelião dos deuses inferiores forçou os deuses superiores a criar o homem para fazer o trabalho que esses deuses inferiores se recusaram a fazer.

                  Em cada um desses sistemas, o papel do homem é trabalhar e morrer, com pouca ou nenhuma esperança de uma vida futura. Prezado leitor, hoje, esses mitos antigos são rejeitados e considerados simplórios, pertencendo ao campo da supertição e sobrevivem apenas como curiosidades acadêmicas, e as perguntas que as pessoas do mundo antigo tentaram responder ainda continuam conosco.

ANTIGAS CRENÇAS OCIDENTAIS EXPRESSAS EM TERMOS FILOSÓFICOS

                  No ocidente, os Gregos acreditavam que a matéria era coeterna com os deuses e os seres humanos faziam parte da criação material, os filósofos tentaram encontrar maneiras de os homens viverem em harmonia com um universo essencialmente impessoal, no qual a sorte determinava o destino de deuses e homens. Como elementos desse universo impessoal, homens e mulheres supostamente viviam por um breve período antes de passarem para o reino dos mortos. A crença comum era que, se algo do homem permanecesse após a morte, estava condenado a vagar eternamente num reino escuro e fantasmagórico, cheio de miséria.

                  No oriente e no ocidente antigo, crenças sobre a origem do universo e do relacionamento do homem com o universo material, moldam as atitudes básicas da cultura com relação à vida e a morte.

CRENÇAS MODERNAS SOBRE AS ORIGENS AFIRMADAS EM TEMOS CIENTÍFICOS

                  No mundo moderno, as respostas religiosas antigas e abordagens filosóficas à questão das origens foram colocadas de lado, dando lugar à reivindicação de certeza “cientifica”. Aqueles que esposam a visão contemporânea das origens, admitem que o universo teve um principio,com uma explosão cósmica ( Big-bang ) inexplicável,mas a teoria contemporânea afirma que a matéria e a energia desencadeadas nesse evento cataclísmico são a única realidade,tudo o que existe hoje foi formado por processos que operam no universo material de acordo com as leis naturais conhecidas ou ainda desconhecidas.

                  Segundo essa teoria, criaturas unicelulares simples foram geradas espontaneamente pela interação de substâncias químicas que existiram nos mares primevos. Gradativamente, durante milhões de anos, esses seres unicelulares simples tornaram-se mais e mais complexos, finalmente, a vida transformou-se na grande variedade de plantas e animais que hoje existe. Prezado leitor, seres humanos, como outros membros do reino animal, segundo essa teoria, são meros acidentes, surgiram por acaso, essencialmente, a humanidade não é diferente de macacos, cavalos ou cachorros, que evoluíram por meio desse mesmo processo. Vejamos, algumas implicações concernente a teoria da evolução:

• Se seres humanos não são nada mas que produtos de um processo         acidental,é    absurdo falar de vida após a morte,se o universo material é na verdade a única realidade,quando o corpo morre a “pessoa” acaba.

•  Se o universo material é a única realidade, não pode haver absolutos éticos      ou morais, cada sociedade e individuo acham-se livres para desenvolverem qualquer sistema que quiserem, e ninguém pode julgá-los, dizendo que um é certo e outro é errado.

VISÃO BÍBLICA DAS ORIGENS

                  A visão Bíblica das origens contrasta fortemente com os relatos antigos, filosóficos e científicos, as Escrituras Sagradas apresentam um DEUS Único e Verdadeiro, um Deus que existe eternamente e afirmam que esse Deus decidiu criar o universo material e que este surgiu pela intervenção Dele.

• Gênesis 1 narra a historia da criação do universo e dos seres vivos pela vontade e pelo projeto de Deus.

• Gênesis 2 entra em detalhes sobre a criação separada e especial dos seres humanos como criaturas feitas à IMAGEM e SEMELHANÇA de DEUS e designadas para dominar a terra pelo próprio Criador.

• À medida que a historia Bíblica se desenrola, ela responde as nossas perguntas mais básicas sobre a vida, descrevendo os seres humanos como objetos contínuos do amor de Deus.

• O mais impressionante sobre a resposta da Bíblia à respeito das origens,é que ela não se baseia em nenhum outro sistema do mundo antigo,ou seja,todas as tentativas de descrever um deus criador supremo como derivado da fé antiga falharam,enquanto que a explicação Bíblica sobre as origens,explodiu  como revelação impressionante em um mundo que esquecera o Deus Único e Verdadeiro.

                  Querido leitor, a Bíblia é o único registro das origens que oferece uma explicação adequada para o milagre da criação. No principio, nada existia, exceto Deus, então falou Deus, e todo o universo material surgiu, as miríades de estrelas, a terra, a lua, etc. foram projetados por Deus e criados pelo seu poder, interpretamos a história de Gênesis, para afirmar que Deus criou diretamente cada ser vivo (no reino animal e vegetal), e que o Deus Soberano, Magnífico e Sempiterno, realizou o milagre da criação.

O MILAGRE DA ENCARNAÇÃO (Jo 1.1-3)

                  O milagre da Encarnação, que segundo o teólogo Orlando Boyer, “... é o ato em que Deus se fez homem, unindo a natureza Divina á humana”, foi um assunto que permaneceu insolúvel nos primeiros tempos da igreja primitiva, ao passar dos séculos, um preeminente pregador fez uma pergunta de suprema importância e de interesse permanente, tal pergunta foi feito pelo próprio Cristo quando,em uma crise em seu ministério,perguntou:“quem dizem os homens ser o Filho do Homem?( Mt 16.13 ),ele ouviu a declaração do povo sem comentar(Mt 16.14),mas a sua benção foi pronunciada sobre a resposta que Pedro havia recebido de Deus,...Tu és o Cristo o Filho do Deus Vivo(Mt 16.16-17 ).                                                                                                                                                                                                   

                  Baseados na resposta de Pedro podemos entender o milagre da Encarnação, considerando que, da mesma forma como “Filho do Homem” significa nascido do homem, assim também “Filho de Deus” significa  nascido de Deus.

                  Ele é o Filho de Deus no sentido único, Jesus é descrito mantendo uma relação para com Deus não participada por nenhuma outra pessoa ou criatura no universo. A fé cristã é centrada na pessoa de Jesus Cristo (o milagre da encarnação), querido leitor, Jesus é considerado especial pela maioria das pessoas, foi reconhecido até pelos Muçulmanos, como o Profeta, e em todas as listas de grandes lideres religiosos, ele figura. Mas o mundo em que ele realizou o seu ministério terreno, os milagres de Deus não foram prova absoluta da sua Divindade. Vejamos algumas opiniões a respeito deste assunto:

MAGIA E MAGOS DO PRIMEIRO SÉCULO

                  No mundo Helenista, as diferenças entre magia e religião não eram muito nítidas, as palavras, magos, mágicos e magia, eram usadas com diversos significados, variando entre religião e feitiçaria. Em Roma a magia era considerada subversiva, os Astrólogos Caldeus foram expulsos de Roma em 33 AC por serem magos, e em 13 AC, Augusto ordenou que todos os livros sobre ocultismo fossem queimados, magos e astrólogos foram banidos da Itália, edito reformado em 69 e 89 DC.

                  Esses fatos nos lembram que no primeiro século a magia era levado a sério ou não teria sido proibido. Os repetidos decretos contra a magia nos mostram que ela era amplamente praticada, não é de admirar que no mundo do primeiro século as pessoas pudessem se apresentar aos outros como Magoe (possuidores de poderes especiais).

                  Os magos geralmente usavam palavras mágicas para ajudar ou atacar as pessoas, por exemplo: “eu os conjuro,seres santos e nomes santos,unam-se para sustentar este encantamento e amarrem,encantem,atravessem,firam,derrubem, conspirem contra,destruam,matem e quebrem”... (Lewis e Reinhold - Roman Civilization Sourcebook II).

                  Marlene Le Fever, Editora Sênior da Cook Communications, é professora da escola Bíblica Dominical numa pequena cidade aos arredores de Colorado Springs, conhecidas por suas convenções de bruxas. Num domingo de Páscoa,quando contou a historia da ressurreição de Cristo,uma menina de 9 anos de idade, de forma maravilhada disse: “Jesus, devia ser um bruxo muito poderoso”, sua reação imediata ao milagre foi supor que ele acontecera por meio de magia.

                  No primeiro século, as historias dos milagres de Jesus poderiam sugerir as muitas pessoas, apenas o que a história da ressurreição significou para a menina da classe de Marlene: Jesus devia sés um feiticeiro ou um mago poderoso e não o Deus Encarnado. A justaposição de magia e religião daquela época, permitia outra explicação para milagres, um individuo poderia sossivelmente ser um verdadeiro homem milagroso,cujos atos dependiam não da sua maestria da pratica oculta,mas da sua verdadeira superioridade como ser.

O NOVO TESTAMENTO IDENTIFICA JESUS COMO DEUS ENCARNADO

                  O Novo Testamento, em completa harmonia com o antigo, apresenta uma resposta decisiva à questão levantada em relação ao Milagre da Encarnação, o Evangelho de João começa com esta grande afirmação: “No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele, nada do que foi feito se fez... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua Glória, Glória como Unigênito do Pai “(Jo 1.1- 14)”.

                  Essa grande afirmação é repetida em toda a Escritura, João 3.16 afirma: “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para o que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Colossenses e Hebreus acrescentam seu testemunho aos povos Judeu e Helenista do primeiro século, de que Jesus é realmente o Deus humanado. Algumas pessoas, na tentativa de explicarem a encarnação, enfatizavam de tal maneira a humanidade de Jesus que, para todos os efeitos práticos, negavam a sua Deidade, outras faziam exatamente o oposto, isto é, salientavam sua Deidade de tal modo que quase negavam sua humanidade.

                  Eventualmente, os primeiros lideres da igreja foram capazes de chegar a uma definição da Encarnação que continua sendo considerada fundamental para a fé cristã. Essa definição, que foi estabelecida e firmada no concilio de Calcedônia, realizado em 451 DC, é a seguinte: “Nosso Senhor Jesus Cristo era verdadeiro Deus e verdadeiro homem, da mesma substância, em todas as coisas, quanto à sua Divindade; mas, em sua humanidade, igual a nós em todas as coisas exceto no pecado. Assim, Jesus é conhecido em duas naturezas, a Divina e a Humana. Essa distinção não ficou destruída pela união das duas naturezas, mas as características singulares de cada forma mantidas”.  

               Através da Bíblia, entendemos que a encarnação é o ato pelo qual Deus se fez carne e habitou entre os homens (Gn 3.15; Is 7.14; 9.6; Mt 1.18-25; Jo 1.14). Quando Deus, por ocasião da queda, prometeu um Redentor, revelou também de que maneira ele viria ao mundo.

• Jesus Encarnou-se por meio de uma virgem, através de uma concepção sobrenatural (Gn 3.15; Is 7.14; Gl 4.4; Lc 1.31-35 e 38).
• Jesus veio ao mundo por meio de um nascimento natural (Lc 2.6-7).
  • O verdadeiro Deus veio ao mundo como um verdadeiro Homem (Jo 1.4; Hb 1.6; 2.14-17; Rm 8.3).

                  Passagens ou referencias semelhantes podem ser multiplicadas, juntas, não deixam dúvidas de que os primeiros cristãos tinham uma resposta decisiva e surpreendente para a questão apresentada em relação ao Milagre da Encarnação, a resposta encontrada no Antigo Testamento é afirmada pelo próprio Cristo e os Apóstolos, é Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus humanado.

                 Se acreditarmos no grande milagre da Encarnação (que é Jesus Cristo), a credibilidade de todos os outros milagres vem natural e facilmente, principalmente quando relacionamos esses milagres à história da Salvação e aos propósitos que o Filho de Deus veio cumprir. Aqueles que vêem Jesus apenas como um grande mestre religioso serão céticos com relação às histórias de milagres nos Evangelhos, ou seja, quem descarta afirmações da sua Divindade, tende a ignorar a verdadeira questão que seus milagres levantam, concentrando-se em refutá-los. Mas qualquer pessoa que estuda as escrituras e aceita seu testemunho de que Jesus é o Messias, Deus Filho em carne Humana, se concentrará no significado dos milagres e não no fato de serem ou não reais.

O MILAGRE DA RESSURREIÇÃO (Rm 1.1-4)

Este terceiro grande milagre é tão  essencial para     a fé cristã que o apóstolo Paulo

Escreveu: “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé” (1 Co 15.14). É notável que os ensinamentos de todos os livros do Novo Testamento, sejam baseados na firme convicção de que Jesus Cristo teve uma morte real e três dias depois ressuscitou literal e fisicamente, a ressurreição de Jesus foi a prova final e decisiva de que ele é quem afirmava ser : “o descendente humano de Davi e ,ao mesmo tempo,Deus Filho”.O milagre da ressurreição também é a confirmação inconfundível da intenção de Deus de ressuscitar os crentes em Cristo Jesus,por isso,sem a ressurreição a morte de Cristo não teria nenhum significado,o milagre da ressurreição de Cristo é a ousada proclamação ao universo,de que a morte de Cristo foi eficaz,pois,as forças das trevas haviam sido conquistadas,e que,em triunfo,vitorioso Cristo ressurgira do sepulcro,garantindo assim,a nossa própria ressurreição.

                Este terceiro grande milagre da Bíblia foi sem dúvida o mais constrangedor para homens e mulheres do primeiro século, eles esperavam algum tipo de vida após a morte, mas sua esperança era no Maximo vaga e incerta. Então o evangelho cristão, abriu o caminho através da escuridão com sua promessa de restauração total à vida eterna.

                A ressurreição de Jesus talvez seja o mais perturbador dos grandes milagres para o materialista, que acredita que este universo é a realidade total, a morte é o fim absoluto, ou seja, a pessoa e o seu corpo são inseparáveis ,quando o corpo morre a pessoa deixa de existir, mas Deus, de forma extraordinária rompeu as leis do materialismo com o milagre da ressurreição, e nos faz aceitar o ponto de vista das Escrituras e adotar uma visão de realidade baseada nos três grandes milagres da história, acreditando num Deus que existe alem do universo material, na encarnação do Deus Filho, e na proclamação triunfante das Escrituras sobre a ressurreição de Jesus Cristo e na promessa de Deus que, todos os que confiam em Jesus como Salvador, compartilharão da nova vida que ele conquistou, por isso, Paulo termina o grande capítulo da ressurreição com o anuncio extático:...”tragada foi a morte na vitória,onde está,ó morte,o teu agrilhão? Onde está,ó inferno,a tua vitória? Ora o agrilhão da morte é o pecado,e a força do pecado é a lei.Mas graças a Deus,que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” ( 1 Co 15.54-57 ).

                Prezado leitor, o milagre da Criação, o milagre da Encarnação e o milagre da Ressurreição, não deixam dúvidas, que, o Deus Magnífico, Soberano, que vive e Reina para todo Sempre, pode realizar o milagre da sua vida.